Douro - A Região Demarcada mais antiga do Mundo

Produção e Vinificação

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Produção e Vinificação

Antes da crise filoxérica, praga que surgiu na região pela primeira vez em 1862, as plantações de vinha na Região do Douro eram feitas em pequenos terraços irregulares (geios). Após a praga, foram feitos novos terraços, mais largos e inclinados, com ou sem paredes de suporte, permitindo maiores densidades de plantação (cerca de 6 000 plantas/ha).

A introdução da mecanização na região exigiu novas formas de armação do terreno. No fim dos anos 70 e início dos anos 80, surgiram os patamares horizontais com taludes em terra, com 1-2 linhas de videiras e com densidades de plantação baixas. Como alternativa aos patamares, aparecem as vinhas plantadas segundo as linhas de maior declive do terreno, vulgarmente chamado de “Vinha ao Alto“ e quando a inclinação do terreno não ultrapassa os 40%. Este sistema pode ter o trabalho mecanizado por tracção directa, com tractores de rastos.

Quanto ao processo de vinificação o Vinho do Porto difere dos vinhos comuns, por sofrer um tempo de fermentação e maceração muito curto (2 a 3 dias), antes de ser adicionada a aguardente, parando a fermentação dando origem a um vinho com açucar residual e alcool elevado. Nos processos tradicionais de vinificação, utilizados na elaboração de alguns tipos de vinho do Porto, após o desengace, as uvas são esmagadas em lagares. Esta operação conhecida por pisa, é tradicionalmente feita por homens, embora também possa ser executada por modelos mecânicos que simulam a pisa. Nos centros de vinificação, a maior parte das operações encontra-se mecanizada. Após o desengace total ou parcial, as uvas são esmagadas e enviadas para as cubas, onde fermentam por 2 ou 3 dias. Durante esse período efectuam-se remontagens sucessivas para maximizar a extracção da matéria corante e outros componentes que vão dar a estrutura e longevidade aos vinhos.

O processo de envelhecimento de um vinho do Porto pode durar dezenas de anos, sendo orientado conforme o tipo de que se pretendo obter. Depois das primeiras trasfegas durante o Inverno que se segue à vindima, os vinhos são provados e classificados segundo a sua qualidade sensorial. Na Primavera a seguir à vindima, os operadores com armazéns em Vila Nova de Gaia, começam a carregar os seus vinhos para esses locais.
Os melhores lotes de vinhos produzidos num ano excepcional são, regra geral, separados para virem a obter a designação de Vintage. Contudo, a maior parte dos vinhos é utilizada para a elaboração de lotações de características particulares, obedecendo a padrões de qualidade pré-estabelecidos para os diferentes tipos de vinho a serem comercializados.

Durante os dois primeiros anos, os vinhos são sujeitos a numerosas trasfegas cujo número e intensidade varia de acordo com as características que se pretende que adquira durante a sua evolução.
No caso do Vintage ou dos Late Bottle Vintage (LBV), o envelhecimento faz-se em vasilhas de grande capacidade, tonéis, dornas ou balseiros, durante 2-3 anos, no que toca os Vintages e durante 4 a 6 anos no caso dos LBV’s. Só então é efectuado o engarrafamento.

O envelhecimento neste tipo de vasilhas é feito num ambiente de oxido-redução, mantendo, assim, a cor inicial dos vinhos e as suas características primárias. Todos os restantes tipos de Vinho do Porto são envelhecidos em condições de oxidação, em pipas com uma capacidade que pode variar entre os 580 a 620 litros

Os vinhos do Porto brancos, que podem ser vinificados com alguma maceração, são também lotados como os vinhos tintos, embora caracterizem-se mais pelo seu grau de doçura, e envelhecem em condições oxidativas.
De realçar que existem três tipos base de Vinho do Porto – Ruby, Tawny e Branco, sendo os Vinhos do Porto tintos divididos em duas categorias consoante o tipo de envelhecimento.

Ao longo do envelhecimento por oxidação, o vinho perde a aspereza devida ao amaciamento dos taninos desenvolvendo-se admiráveis aromas ricos e complexos. As variações cromáticas durante o envelhecimento oxidativo são também muito acentuadas. A cor intensa dos vinhos novos sofre uma evolução gradual, passando pelas nuances tinto-alouradas, para terminar na cor alourada dos Tawny velhos.

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